Carta de Princípios
O sentimento que nos move
Vivemos num mundo extremamente injusto e desigual. Enquanto uma minoria tem toda riqueza nas mãos, a maioria vive na miséria e na pobreza e sem nenhum poder de decisão política.
A minoria é dona das fábricas, do grande comércio e dos bancos. São eles também os que governam e/ou bancam a eleição daqueles que desejam colocar no poder. Esta minoria dominante é uma classe: a burguesia. A maioria não é dona de nada, é obrigada a trabalhar em péssimas condições para sobreviver, caso contrário passa fome, não é dona de empresas, nem de bancos, quando muito tem sua casa simples, não está no poder, não disputa eleição e sofre com o governo da minoria. Essa grande maioria pertence ao conjunto das classes trabalhadoras, o povo pobre.
Para que essa maioria da população possa viver com dignidade, é preciso que haja a socialização integral, da riqueza produzida e das decisões políticas. Por isso as classes trabalhadoras da sociedade precisam se organizar e lutar, é preciso resistência popular.
Nossa história
A Resistência Popular é a coordenação solidária que agrupa diversas expressões do movimento social pautadas pelo caráter combativo e autônomo, pelos princípios da ação direta, classismo, solidariedade de classe, horizontalidade, democracia direta e protagonismo popular.
A Resistência Popular tem a intenção de impulsionar a construção de um movimento social unificado nacionalmente, com laços solidários internacionais que a longo prazo contribua para a edificação do socialismo , através da construção de um processo de avanço do poder popular e ruptura revolucionária. Por isso mesmo, mantemos relações solidárias com a Resistência Popular de vários estados do Brasil e com movimentos sociais latino-americanos de caráter autônomo e combativo.
Fundada em janeiro de 1999 na Grande São Paulo, a RP-SP segue na luta desde então, passando por várias etapas, sempre procurando estar presente nas várias expressões de luta de nossa classe e mantendo a coerência com os nossos propósitos.
Nossos Métodos e Posturas
Para chegar onde queremos não serve qualquer caminho. Temos uma forma de trabalhar que segue alguns princípios, coerentes com a nossa proposta de transformação social. São eles:
Ação Direta e Protagonismo Popular
Ação direta é quando as pessoas e os grupos decidem e agem diretamente em tudo aquilo que tem relação com suas vidas. A ação direta abre caminho para a maior participação e discussão possível, de todas as decisões e ações, impedindo assim que haja uma burocratização nos processos decisórios, ou seja, que intermediários queiram assumir o controle das decisões que dizem respeito ao povo. Desse modo a ação direta fortalece o protagonismo popular onde o povo pode e deve tomar as rédeas de seu destino.
Acreditamos que só há mudanças significativas quando o povo organizado se coloca em movimento. Sabemos que muitas vezes as ações dos políticos são devidas às pressões do povo ou quando querem ampliar sua margem de eleitores. Nós que fazendo parte da classe trabalhadora conhecemos os problemas pelos quais passamos, consideramos fundamental o trabalho no movimento social e popular, e por isso a Resistência Popular não participa de eleições, nem apóia vereadores, prefeitos, deputados.
Classismo e Solidariedade de classe
A sociedade capitalista em que vivemos produziu no decorrer de sua história classes antagônicas, uma que explora e governa retendo para si a riqueza de quase tudo o que se produz, e um conjunto de outras classes, em que se encontra a maioria da população, que quase sempre tem acesso somente ao mínimo necessário para sobreviver e não possui acesso significativo às decisões políticas.
Esta situação social é tensa, gera conflito, faz nascer o que se chama luta de classes. Tem momentos em que esta luta fica mais calma, em outros, mais tensa, mas ela vai permanecer existindo enquanto a sociedade for injusta e desigual. Por este motivo é de extrema importância para nós que seja definida de que lado se está nesta luta e que seja fortalecido a cada momento a solidariedade das classes trabalhadoras. Cabe lembrar, no entanto, que mesmo as pessoas que não pertençam às classes trabalhadoras podem fazer uma opção de classe, e se juntar a nós que buscamos uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
A consciência e a afirmação de classe é uma condição necessária para que um dia não existam mais classes e nos vejamos apenas como parte de uma mesma humanidade.
Horizontalidade, Delegação e Democracia Direta
Para que haja a participação de um maior número de pessoas nas discussões e decisões, acreditamos que a melhor forma de se organizar é através da democracia direta, da horizontalidade e da delegação.
Ao contrário da democracia representativa burguesa, em que geralmente o máximo da participação popular é o ato de votar nas eleições, a democracia direta pressupõe que as decisões sejam tiradas de um coletivo formado pelo próprio povo, que discute, apresenta propostas e depois decide a melhor solução.
Sabemos, entretanto, que a democracia direta funciona somente em pequena escala, já que é impossível reunir uma multidão e garantir que todos tenham direito a voz e participação efetiva. Então o que se faz? Cada local se reúne e discute suas propostas e tira uma pessoa para levar estas propostas numa reunião, esta pessoa será um delegado. As propostas que os delegados representam são as do coletivo e não as suas opiniões pessoais. Isso diferencia claramente nosso método da democracia representativa burguesa, vigente na sociedade. Os delegados, se reúnem, discutem e tiram uma posição coletiva. Esse jeito de trabalhar chama-se delegação.
Uma vez que o maior número de pessoas participem das discussões e decisões, fica garantida a horizontalidade que busca que todos tenham o mesmo peso participativo.
Horizontalidade, democracia direta e delegação, juntos tornam viável a organização popular, mesmo em grande escala, ou seja, para cidades grandes, estados e até para um país. Esse método de se organizar nós praticamos e procuramos aplicar nos movimentos sociais onde atuamos.
Poder Popular e Orientações Revolucionárias
A sociedade em que vivemos, a capitalista, é baseada na exploração do trabalho das classes trabalhadoras. A ação organizada das classes trabalhadoras diante dessa exploração gera o que consideramos ser o poder popular, nos movimentos sociais. Diariamente o poder popular convive com o poder da burguesia, que sem dúvida no atual momento retém o poder econômico, político e social, sem falar no poder das leis que em sua maioria foram criadas para privilegiar a classe exploradora.
Sabemos que não se trata de uma tarefa fácil eliminar a exploração da burguesia e seus privilégios de séculos. Porém, acreditamos que somente o fortalecimento do poder popular pode levar a uma ruptura revolucionária, único meio, em nossa concepção, para que a classe trabalhadora possa ter em seu controle a distribuição das riquezas produzidas, da cultura, da educação, enfim, a conquista de uma vida plena e igualitária, que não produza parcela alguma de seres humanos explorados por outro ser humano.
Por isso, nossa orientação leva ao caminho da revolução, do socialismo. Sabemos que o caminho que escolhemos não apresenta soluções rápidas, fáceis, mas se trata de uma construção no dia a dia. Porém nos afastando de ilusões que levam somente a uma reforma do capitalismo. Estamos fortalecendo o poder popular e assim fazendo com que os verdadeiros sujeitos da revolução, nós, o povo, busquemos sempre a saída revolucionária, para construção de um mundo justo.
Como nos organizamos?
Acreditamos que a organização é fundamental para concentrarmos nossas forças e orientarmos nossas ações. Por isso compõem a Resistência Popular diferentes setores dos movimentos sociais. Nos organizamos nos sindicatos, escolas, universidades, locais de trabalho, moradia e movimentos populares.
Na Resistência Popular cada frente de atuação tem dinâmica própria e autonomia quanto à sua organização específica e bandeiras de luta, mas buscamos ter uma orientação comum que reúna as diversas lutas no caminho de um mesmo objetivo existindo o intercâmbio entre as diferentes frentes, o debate sobre as estratégias comuns e a coordenação de ações solidárias entre todos. A revolução social, deve estar presente em vários sujeitos sociais. Não basta estarmos organizados junto aos trabalhadores nos sindicatos, juntos aos estudantes nas escolas e universidades ou apenas nos movimentos populares. Só quando as diferentes lutas se unificarem num mesmo sentido, mesmo se originando de diversos pontos, poderemos visualizar que o nosso caminho está sendo seguido de forma eficaz.
Base de Acordo
1 - Caráter, Princípios e Objetivos
a) A Resistência Popular é um movimento social combativo e autônomo, que agrupa diferentes frentes de luta de militância social pautadas pelos princípios de ação direta, classismo, solidariedade de classe, horizontalidade, democracia direta e protagonismo popular.
b) A Resistência Popular tem como principal fundamento a ação direta das classes trabalhadoras para conquistar as reivindicações pelas quais luta e construir o poder popular, lutando para que os movimentos sociais sejam os protagonistas destas lutas.
d) A Resistência Popular trabalha para impulsionar a construção de um movimento social unificado nacionalmente e com laços solidários internacionais.
e) A Resistência Popular tem como objetivo de longo prazo, contribuir para a edificação do Socialismo (entendido como um processo de socialização integral onde a liberdade é fundamental), através da construção de um processo de avanço do poder popular e ruptura revolucionária.
2 – Composição
2.1 - A Resistência Popular é um movimento social com características próprias, mas que abrange diferentes frentes de militância social que tenham sua prática pautada por princípios e objetivos comuns.
2.2 - Podem compor a Resistência Popular:
a) entidades de base: grêmios estudantis, associações de moradores, sindicatos e/ou seções sindicais;
b) movimentos reivindicativos: movimentos de moradia, de sem-teto, de saúde, de educação, de negros, mulheres, juventude, catadores e recicladores, ecologia social etc.;
c) tendências: estudantis, sindicais etc.
d) núcleos: que atuem dentro de bairros, escolas, espaços de trabalho etc.
3 – Instâncias
3.1 – frentes: é a instância na qual se discute e encaminha as questões específicas de cada frente de atuação social, por exemplo: frente estudantil, frente sindical, frente comunitária etc.
3.2 - instâncias locais: são as reuniões regulares de cada entidade de base, movimento, tendência ou núcleo da Resistência Popular. Nestas instâncias se discutem e encaminham os problemas específicos de cada frente de militância social e se repassam os informes gerais do movimento.
3.3 - instâncias gerais: são as instâncias onde se fazem presentes todas as instâncias locais da Resistência Popular para discutir e decidir sobre os assuntos que dizem respeito ao conjunto da Resistência Popular, através das quais se coordena coletivamente as atuações locais do movimento. As instâncias gerais podem assumir várias formas orgânicas a depender das necessidades da conjuntura e do crescimento do movimento, sendo definidas através de outro documento.
4 - Método Decisório
O método decisório da Resistência Popular, é fiel ao princípio da democracia direta garantindo a unidade na ação. Todas as decisões serão tomadas por consenso, nos casos onde isso não ocorrer realiza-se votação por maioria. A posição da minoria deve ser registrada para avaliação posterior.
5 – Bandeira e Simbologia
A bandeira tem formato retangular, dividida ao meio na horizontal, com as cores vermelha em cima e negra embaixo. O nome Resistência Popular será escrito na parte superior da bandeira e o nome específico da frente ou instância de base na parte inferior da bandeira, ambos em letras brancas e em forma de arco, cujo centro está ocupado por um punho fechado que é o símbolo do movimento, apenas no caso da bandeira geral do movimento as letras não precisam ser em arco com Resistência sendo escrito na parte de cima da bandeira e Popular na parte de Baixo.
A RESISTÊNCIA POPULAR – SP foi fundada em 24 de janeiro de 1999, na cidade de Guarulhos, São Paulo. Esta Carta de Princípios e Base de Acordo foi atualizada na Plenária da RESISTÊNCIA POPULAR – SP em 28 de agosto de 2005, na cidade de São Paulo.
........................................................................................................................................................................
sexta-feira, 14 de março de 2008
Quem somos ?
Quem Somos ?
O que é Resistência Popular?
A Resistência Popular é a coordenação solidária que agrupa diversas expressões do movimento social pautadas pelo caráter combativo e autônomo, pelos princípios da ação direta, classismo, solidariedade de classe, horizontalidade, democracia direta e protagonismo popular.A Resistência Popular tem a intenção de impulsionar a construção de um movimento social unificado nacionalmente, com laços solidários internacionais que a longo prazo contribua para a edificação do socialismo , através da construção de um processo de avanço do poder popular e ruptura revolucionária. Por isso mesmo, mantemos relações solidárias com a Resistência Popular de vários estados do Brasil e com movimentos sociais latino-americanos de caráter autônomo e combativo. Fundada em janeiro de 1999 na Grande São Paulo, a RP-SP segue na luta desde então, passando por várias etapas, sempre procurando estar presente nas várias expressões de luta de nossa classe e mantendo a coerência com os nossos propósitos.
O que é a JULI-RP?
A Juventude Libertária da Resistência Popular (JULI-RP) surge da necessidade de organização de militantes que participavam de diferentes grupos que compunham a RP, cujas formas de atuação e projetos eram semelhantes dentro do Movimento Estudantil. Sua construção vem sendo consolidada a cada dia, com a proposta de uma forma de organização dos estudantes autônoma, independente de grupos políticos organizados, tendo sua luta pautada sempre pelos princípios que norteiam toda a Resistência Popular.Para nós, o Movimento Estudantil só tem sentido se for entendido como um movimento social, também capaz de ser transformador da realidade. Acreditamos que a luta dos estudantes não deve ser isolada, mas unida a outras lutas, pois uma real mudança na educação só pode vir acompanhada de uma mudança em toda a sociedade. Propomos que os estudantes estejam organizados horizontalmente, se opondo à atual forma de organização do movimento estudantil, caracterizada pelo aparelhismo partidário e pela burocracia, que lhes usurpam o direito de participação direta nas discussões e lutas que envolvem a todos.
A Nossa concepção de Movimento Estudantil
Atuamos no Movimento Estudantil por acreditar em sua capacidade de potencialização das reivindicações da classe oprimida, através da difusão do conhecimento adquirido por meio da educação formal e da utilização das técnicas apreendidas na instituição de ensino, canalizando esse conhecimento para a luta. Acreditamos também, ser a militância um meio de formação de indivíduos críticos da realidade em que estão inseridos, podendo-se pensar nessa aproximação dos estudantes com as lutas pela emancipação popular como um processo contínuo de contestação da concepção de educação, de sua finalidade e de seu papel na sociedade.Nesse sentido, a partir de nossa concepção de movimento estudantil, extraímos o que de fato nos leva a atuar nessa frente: a busca pela consolidação de uma nova prática, que nos permita ir além dos muros que cercam grupos que atuam em diferentes frentes isoladamente, fazendo com que se articulem em torno de causas conjuntas. Por isso afirmamos que somos um movimento social.A idéia de que o movimento estudantil deve se pautar na luta de nosso povo é que nos faz acreditar que organizados podemos agir diretamente, em relação a tudo o que nos diz respeito, sem a mediação de "representantes", tendo como requisito fundamental a consciência de classe, em defesa de nossa classe explorada e uma orientação revolucionária, que nos permita fazer parte da construção de um poder do povo, de um poder popular.
O momento em que vivemos
Vivemos em um mundo em que vemos, por um lado novas tecnologias, novas formas de entretenimento, segurança e a renovação de ilusões (em proveito da classe dominante); por outro lado, a acentuação da miséria, dos conflitos e guerras, surgimento de novas formas de exploração, dominação, violência e de novas formas de luta da classe explorada. No Brasil isto ficou bem claro com as mudanças ocorridas nos anos noventa, época do dito período “democrático”, com o aumento da pobreza e dos conflitos sociais (movimentos por terra, moradia, transporte, etc.); nos últimos governos, principalmente o de Lula e do PT que para muitos era uma esperança e acabou por atacar os direitos dos trabalhadores com as Reformas Sindical e Trabalhista, e iniciar a destruição da Universidade Pública ("desvio de verba" para Universidades Particulares, garantindo um ensino precário, entre outras coisas). Todas essas medidas estão sendo geradas por um processo de globalização (executado por uma classe dominante) que atingem o mundo inteiro e é responsável também por guerras e conflitos, como no Haiti e no Iraque.
Os estudantes, sejam eles secundaristas ou universitários, se deparam no Brasil com a destruição do ensino público: falta de investimento, não atendimento de demandas básicas como professores e infra-estrutura, e péssimas formas de administração. Nesse sentido a Reforma Universitária vem para formalizar a mercantilização do ensino superior, deixando o tripé ensino-pesquisa-extensão entregue às leis de mercado e determinando uma disputa das universidades públicas com as universidades privadas pelos recursos estatais. Além disso, essa reforma possibilita a quebra da autonomia político-administrativa e acadêmica do ensino superior público, o que já pode ser visto em andamento nas parcerias público-privadas estabelecidas desde os anos 90 no Brasil. Em oposição à forma vigente de universidade (excludente às classes populares, hierarquizado, burocratizado e voltado para o mercado), o mesmo que a reforma universitária busca acentuar, propomos a construção de um outro modelo: a Universidade Popular.A luta contra a Reforma Universitária e a mobilização pelo Passe-Livre em várias cidades do país (uma reivindicação da juventude e dos trabalhadores desempregados, que visa a democratização do acesso à educação, à cultura, ao trabalho e ao lazer) iniciaram um novo processo de mobilização estudantil no ano de 2004. Diante desta situação, as respectivas burocracias das entidades representativas de universitários (UNE) e secundaristas (UBES) se encontram claramente desvinculadas das lutas travadas pelas bases estudantis, tomando posições abertamente conservadoras junto ao governo federal e constituindo um verdadeiro entrave ao movimento. Por esses motivos, tais entidades devem ser combatidas. Uma alternativa de luta
Para combater essa dominação burocrática e buscar uma alternativa democrática e popular no atual momento em que vivemos, a classe explorada deve se organizar de forma a assumir o curso dos eventos, determinando a sua direção e reforçando a sua autonomia. É daí que surge a necessidade dos movimentos sociais combativos e independentes como a Resistência Popular.
O que é Resistência Popular?
A Resistência Popular é a coordenação solidária que agrupa diversas expressões do movimento social pautadas pelo caráter combativo e autônomo, pelos princípios da ação direta, classismo, solidariedade de classe, horizontalidade, democracia direta e protagonismo popular.A Resistência Popular tem a intenção de impulsionar a construção de um movimento social unificado nacionalmente, com laços solidários internacionais que a longo prazo contribua para a edificação do socialismo , através da construção de um processo de avanço do poder popular e ruptura revolucionária. Por isso mesmo, mantemos relações solidárias com a Resistência Popular de vários estados do Brasil e com movimentos sociais latino-americanos de caráter autônomo e combativo. Fundada em janeiro de 1999 na Grande São Paulo, a RP-SP segue na luta desde então, passando por várias etapas, sempre procurando estar presente nas várias expressões de luta de nossa classe e mantendo a coerência com os nossos propósitos.
O que é a JULI-RP?
A Juventude Libertária da Resistência Popular (JULI-RP) surge da necessidade de organização de militantes que participavam de diferentes grupos que compunham a RP, cujas formas de atuação e projetos eram semelhantes dentro do Movimento Estudantil. Sua construção vem sendo consolidada a cada dia, com a proposta de uma forma de organização dos estudantes autônoma, independente de grupos políticos organizados, tendo sua luta pautada sempre pelos princípios que norteiam toda a Resistência Popular.Para nós, o Movimento Estudantil só tem sentido se for entendido como um movimento social, também capaz de ser transformador da realidade. Acreditamos que a luta dos estudantes não deve ser isolada, mas unida a outras lutas, pois uma real mudança na educação só pode vir acompanhada de uma mudança em toda a sociedade. Propomos que os estudantes estejam organizados horizontalmente, se opondo à atual forma de organização do movimento estudantil, caracterizada pelo aparelhismo partidário e pela burocracia, que lhes usurpam o direito de participação direta nas discussões e lutas que envolvem a todos.
A Nossa concepção de Movimento Estudantil
Atuamos no Movimento Estudantil por acreditar em sua capacidade de potencialização das reivindicações da classe oprimida, através da difusão do conhecimento adquirido por meio da educação formal e da utilização das técnicas apreendidas na instituição de ensino, canalizando esse conhecimento para a luta. Acreditamos também, ser a militância um meio de formação de indivíduos críticos da realidade em que estão inseridos, podendo-se pensar nessa aproximação dos estudantes com as lutas pela emancipação popular como um processo contínuo de contestação da concepção de educação, de sua finalidade e de seu papel na sociedade.Nesse sentido, a partir de nossa concepção de movimento estudantil, extraímos o que de fato nos leva a atuar nessa frente: a busca pela consolidação de uma nova prática, que nos permita ir além dos muros que cercam grupos que atuam em diferentes frentes isoladamente, fazendo com que se articulem em torno de causas conjuntas. Por isso afirmamos que somos um movimento social.A idéia de que o movimento estudantil deve se pautar na luta de nosso povo é que nos faz acreditar que organizados podemos agir diretamente, em relação a tudo o que nos diz respeito, sem a mediação de "representantes", tendo como requisito fundamental a consciência de classe, em defesa de nossa classe explorada e uma orientação revolucionária, que nos permita fazer parte da construção de um poder do povo, de um poder popular.
O momento em que vivemos
Vivemos em um mundo em que vemos, por um lado novas tecnologias, novas formas de entretenimento, segurança e a renovação de ilusões (em proveito da classe dominante); por outro lado, a acentuação da miséria, dos conflitos e guerras, surgimento de novas formas de exploração, dominação, violência e de novas formas de luta da classe explorada. No Brasil isto ficou bem claro com as mudanças ocorridas nos anos noventa, época do dito período “democrático”, com o aumento da pobreza e dos conflitos sociais (movimentos por terra, moradia, transporte, etc.); nos últimos governos, principalmente o de Lula e do PT que para muitos era uma esperança e acabou por atacar os direitos dos trabalhadores com as Reformas Sindical e Trabalhista, e iniciar a destruição da Universidade Pública ("desvio de verba" para Universidades Particulares, garantindo um ensino precário, entre outras coisas). Todas essas medidas estão sendo geradas por um processo de globalização (executado por uma classe dominante) que atingem o mundo inteiro e é responsável também por guerras e conflitos, como no Haiti e no Iraque.
Os estudantes, sejam eles secundaristas ou universitários, se deparam no Brasil com a destruição do ensino público: falta de investimento, não atendimento de demandas básicas como professores e infra-estrutura, e péssimas formas de administração. Nesse sentido a Reforma Universitária vem para formalizar a mercantilização do ensino superior, deixando o tripé ensino-pesquisa-extensão entregue às leis de mercado e determinando uma disputa das universidades públicas com as universidades privadas pelos recursos estatais. Além disso, essa reforma possibilita a quebra da autonomia político-administrativa e acadêmica do ensino superior público, o que já pode ser visto em andamento nas parcerias público-privadas estabelecidas desde os anos 90 no Brasil. Em oposição à forma vigente de universidade (excludente às classes populares, hierarquizado, burocratizado e voltado para o mercado), o mesmo que a reforma universitária busca acentuar, propomos a construção de um outro modelo: a Universidade Popular.A luta contra a Reforma Universitária e a mobilização pelo Passe-Livre em várias cidades do país (uma reivindicação da juventude e dos trabalhadores desempregados, que visa a democratização do acesso à educação, à cultura, ao trabalho e ao lazer) iniciaram um novo processo de mobilização estudantil no ano de 2004. Diante desta situação, as respectivas burocracias das entidades representativas de universitários (UNE) e secundaristas (UBES) se encontram claramente desvinculadas das lutas travadas pelas bases estudantis, tomando posições abertamente conservadoras junto ao governo federal e constituindo um verdadeiro entrave ao movimento. Por esses motivos, tais entidades devem ser combatidas. Uma alternativa de luta
Para combater essa dominação burocrática e buscar uma alternativa democrática e popular no atual momento em que vivemos, a classe explorada deve se organizar de forma a assumir o curso dos eventos, determinando a sua direção e reforçando a sua autonomia. É daí que surge a necessidade dos movimentos sociais combativos e independentes como a Resistência Popular.
Assinar:
Postagens (Atom)